sábado, 2 de junho de 2012

Bicicleta Gulliver

A Fábrica: A família Leon Herzogera tinha uma pequena fábrica de bicicletas em 1939 na Polônia quando os nazistas invadiram o país.
Ele conheceu os horrores do Holocausto: fome, trabalhos forçados, tifo, cães pastores latindo, execuções e deportações para campos de extermínio em vagões de gado. Em 1945 a guerra acabou e ele não tinha nenhum parente vivo na Europa.O jeito foi buscar abrigo no que sobrara de sua família: os irmãos que haviam emigrado para o Brasil antes da guerra. Leon voltou à sua antiga atividade: montar e vender bicicletas. De uma lojinha, a coisa evoluiu para uma fábrica Bonsucesso - RJ, em 1951. Era a Gulliver. A produção correu bem até que, no final dos anos 50, houve um desentendimento entre os sócios da B. Herzog, e a Gulliver foi fechada.
A compra: Em 1958 meu avô Francisco Cezário Gomes tinha carteira assinada, ele foi à loja Casa Sarkis que ficava na Avenida Comendador José Garcia, e após negociar e ter o crédito aprovado por Nascim Sarkis comprou uma bicicleta Gulliver para pagar em três prestações. A partir daí, sua vida se tornou mais difícil, porque subir a Rua das Pedras de bicicleta era impossível, dada a inclinação e ser muito lisa em dias de chuva por causa dos paralelepípedos. E na descida na chuva era um sabão. Neste mesmo ano o Brasil conquistava na Suécia a sua primeira copa, onde Garrincha fora um dos maiores protagonistas, no dia seguinte ao jogo contra a URSS, Garrincha recebeu o bicho das mãos de Adolpho Marques: cinqüenta dólares. E, no Brasil, anunciou-se que ele fora eleito o "desportista da semana" — prêmio: uma bicicleta Gulliver.

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